Dragon Quest VIII é o mais novo RPG da Square, famosa por aqui pela sua série Final Fantasy, e é o melhor RPG lançado este ano. A série é tão popular no Japão que o jogo nem foi lançado há muito tempo lá e 1 em cada 12 casas já tem uma cópia de DQ. O fanatismo pela série lá chega a tal ponto que foi determinado que cada versão do jogo teria de ser lançada em fins de semana, pois os japoneses faltavam no trabalho/escola nos dias em que um novo Dragon Quest era lançado (na época do Nintendinho). Esta versão (número 8) foi desenvolvida pela conceituada softhouse Level 5.



Pessoalmente, achei o jogo um pouco contraditório - é um ótimo RPG para quem não está acostumado a eles, porém exige dedicação de jogador hardcore para terminá-lo (80 a 100 horas de jogo).

Digo que é bom para iniciantes porque o jogo e seu sistema de combate são extremamente simples, como os RPGs de 1995 por exemplo, nada muito complexo como os últimos da série Final Fantasy ou shadow Hearts 2, por exemplo. Tão simples, aliás, que eu não consegui jogá-lo por horas a fio de cada vez, pois ficava entediado ou com sono depois de certo tempo.

Não se enganem, eu adorei o jogo. Os personagens são apaixonantes, inclusive o Rei Trode, que é um monstrinho irritante no começo (por isso o jogo tem o subtítulo 'Jornada do Rei amaldiçoado'), mas ao longo da história vai demosntrando uma sensibilidade, sabedoria e compaixão tão autêntica quanto possível para um personagem de videogame.

Os gráficos são fantásticos, e os personagens são todos, inclusive os monstrinhos mais insignificantes, deesenhados pelo mestre Akira Toriyama, de Dragon Ball Z. O jogo tem um botão que permite que você veja em primeira pessoa (sem poder se mover), e só o usei para reparar nos personagens, suas expressões, e para ver a 'áisagem' do mundo de vez em quando. É o primeiro jogo que de fato me fez sentir dentro de um desenho animado. É o melhor uso da tecnologia cel-shading usada em um game até hoje.

A trilha sonora acaba ficando repetitiva porque você passa muito tempo andando pelo imenso mundo do jogo, mas é sempre agradável, chegando a ser magistral em certos momentos. As vozes também estão ótimas, com cada personagem tendo um sotaque diferente.

E agora, o que eu não gostei no jogo:

- Menus complicados de navegar (interface arcaica), muitos cliques para equipar alguém com uma arma, trocar itens, usar o Alchemy Pot (uma bela novidade que permite criar itens novos), entre outras ações. Os menus de Final Fantasy X e Kingdom Hearts são bem mais sofisticados e fáceis de usar, e estou falando de jogos lançados em 2001 e 2002, respectivamente.

- O combate é lento e simples, apesar dos monstros terem uma inteligência razoável e às vezes surpreenderem. Mas nada que faça sua adrenalina subir como os combates em Final Fantasy X (e principalmente no X-2) e Shadow Hearts 2: Covenant, mesmo nas lutas contra os chefões.

- Subir de nível DEMORA.

- A estória não é épica como nos jogos mencionados, apesar de ter vários momentos muito interessantes, não te dá aquela vontade imensa de saber o que vai acontecer depois como em FFX - além de ser relativamente previsível. Não espere nenhum momento em que você vai falar 'Nossa!' ao chegar em uma nova fase, cidade, mundo, etc.

- Eu não gostei do carinha da igreja dizer 'Que a deusa proteja este pobre bezerro' toda vez que eu ia salvar o jogo! (Ok agora estou brincando ;)

Mas não se engane, esses pontos são pouca coisa perto do quanto o jogo é fantástico. Sim, é um dos melhores RPGs que já joguei até hoje, sem dúvida, e o mais bonito de todos. Talvez o único que outras pessoas gostam de ver você jogar (por causa do lance de parecer um desenho animado).

Concluindo, DQ8 é um RPG maravilhoso, ideal para iniciantes no gênero (caso esltejam dispostos a dedicar tantas horas de jogo) e para jogadores hardcore (caso estejam dispostos a não ligar para esses pequenos defeitos do jogo).

Gráficos: 10 - talvez o jogo mais bonito já feito para Playstation 2, praticamente sem loadings e com um mundo enorme onde você tem visão de uma distância imensa.

Som: 9 - Músicas magníficas, só perde um ponto por repetir demais a musiquinha de quando você está em uma das demoradas caminhadas pelo mundo do jogo.

Jogabilidade: 7 - Combate e menus bem arcaicos em relação aos RPGs modernos, deve agradar mais os iniciantes no gênero. Fora isso, a câmera é perfeita e a movimentação e controle dos personagens no jogo também.

Valor: 9 - 100 horas de jogo se você quiser completar tudo, finais diferentes e vários minigames fazem esse jogo valer a pena ser comprado por qualquer um.

Minha Nota: (não é uma média dos valores acima): 8.3

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